terça-feira, 16 de dezembro de 2008

O mar de Cabo Verde

Em Outubro, consegui finalmente tirar as merecidas férias, sim, aquelas que deveriam ter sido no Verão... Mas pronto, mais vale tarde...

Após alguma indecisão (com o Brasil a dominar as preferências, como é habitual), resolvi-me por Cabo Verde. Obviamente, não foi a viagem a Cabo Verde que eu gostaria de ter feito, pois sendo limitada à Ilha do Sal, nunca daria para sentir a verdadeira essência das ilhas da morabeza, ou não fosse esta uma ilha a viver 100% do turismo. No entanto, e como a intenção principal era mesmo descansar, lá fui.
As principais "atracções" do Sal são, sem dúvida, o seu mar fantástico e na sua gente simpática. Na realidade, é quase tudo o que a ilha tem para nos oferecer e, dependendo do que se vai à procura, a oferta pode superar ou defraudar completamente as expectativas de quem a visita.

A mim, dificilmente um local com gente afável me desaponta.

Praia de Santa Maria. O mar, aquele mar...

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

"Não"

Não, não é cansaço...
É uma quantidade de desilusão
Que se me entranha na espécie de pensar,
E um domingo às avessas
Do sentimento,
Um feriado passado no abismo...
Não, cansaço não é...
É eu estar existindo
E também o mundo,
Com tudo aquilo que contém,
Como tudo aquilo que nele se desdobra
E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais.
Não. Cansaço por quê?
É uma sensação abstrata
Da vida concreta —
Qualquer coisa como um grito
Por dar,
Qualquer coisa como uma angústia
Por sofrer,
Ou por sofrer completamente,
Ou por sofrer como...
Sim, ou por sofrer como...
Isso mesmo, como...
Como quê?...
Se soubesse, não haveria em mim este falso cansaço.
(Ai, cegos que cantam na rua,
Que formidável realejo
Que é a guitarra de um, e a viola do outro, e a voz dela!)
Porque oiço, vejo.
Confesso: é cansaço!...

Álvaro de Campos