quarta-feira, 30 de julho de 2008

Mestre de Rose

"Deveríamos ser como as águas do riacho, que tranquilamente contornam os obstáculos..."

quarta-feira, 23 de julho de 2008

"Procura-se um amigo"

Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração.
Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir.
Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa.
Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor.
Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo.
Deve guardar segredo sem se sacrificar.
Não é preciso que seja de primeira-mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão.
Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados.
Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar.
Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa.
Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo.
Deve sentir pena das pessoas tristes e compreender o imenso vazio dos solitários.
Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.
Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo.
Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância.
Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade.
Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.
Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo.
Precisa-se de um amigo para se parar de chorar.
Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas.
Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.

Vinicius de Moraes

A todos os meus amigos, por serem quem são...

terça-feira, 22 de julho de 2008

"Trilhos"

"Há muito poucos seres humanos aos quais eu pudesse associar a palavra amor tão facilmente como o fazia àquela cadelinha maravilhosa. É muito difícil descrever esta interdependência sem parecer neurótica. Mas adorava-a, era louca por ela, seria capaz de a comer, tal era o meu afecto esmagador. E ela nunca, nunca mesmo, nem uma só vez, me retirou a sua devoção, por mais desabrida, mesquinha ou zangada que eu me tenha mostrado. Nunca serei capaz de perceber porque razão os cães põem os seres humanos em primeiro lugar."

Robyn Davidson, in Trilhos

segunda-feira, 14 de julho de 2008

...

Hoje, prefiro o silêncio.

domingo, 13 de julho de 2008

Dias...

Há dias em que apenas queria ser invisível...
Hoje, é um desses.