quinta-feira, 28 de maio de 2009

"Tenho pena e não respondo"

Tenho pena e não respondo.
Mas não tenho culpa enfim
De que em mim não correspondo
Ao outro que amaste em mim.

Cada um é muita gente.
Para mim sou quem me penso,
Para outros - cada um sente
O que julga, e é um erro imenso.

Ah, deixem-me sossegar.
Não me sonhem nem me outrem.
Se eu não me quero encontrar,
Quererei que outros me encontrem?


Fernando Pessoa

quarta-feira, 27 de maio de 2009

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Nada

Hoje sinto-me como são não tivesse nada cá dentro...
Parece que estou vazia ou com um grande buraco negro no meio do peito.

Será que foi neste buraco que caí ?

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Que caminho?

Ir para onde? Para a esquerda? Para a direita?
Ficar parada ou andar? Parada não dá, definitivamente. Não dá, nem é boa ideia...
Mas o que fazer quando no fundo já sabemos qual parece ser a melhor ideia, mas não se consegue segui-la?
E se mais tarde descobrirmos que afinal a ideia não era assim tão boa? É que depois de seguir por um determinado caminho, nem sempre é possível voltar para trás...

Definitivamente, optar em encruzilhadas apenas baseada no factor sorte não é para mim.

terça-feira, 19 de maio de 2009

"O Quase"

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase.
É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados.

Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.
Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são.

Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo.
De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma.

Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você.

Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

Luiz Fernando Veríssimo

domingo, 17 de maio de 2009

Dentro da conchinha


Hoje apetecia-me ser como um dos milhares de caranguejos minúsculos que vivem na ilha de Inhaca, em Moçambique, e ficar assim, escondida na minha conchinha...

quarta-feira, 13 de maio de 2009

A Silent Film



Para além de achar a música fantástica, tem uma letra cheia de... verdades...
Grande som!!

Recebi isto...

Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.
Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um feito muito maior que o simples fato de respirar.
Somente a ardente paciência fará com que conquistemos uma esplêndida felicidade.

Viva hoje!
Arrisque hoje!
Faça hoje!
Não se deixe morrer lentamente!

NÃO SE ESQUEÇA DE SER FELIZ

Pablo Neruda

segunda-feira, 11 de maio de 2009

African Sky - For rinhau...

Tirei-a a pensar em ti... Estava a olhar para ele e lembrei-me de ti e do que me disseste sobre esta viagem. Não resisti a captar o momento... ;)

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Fui!

Fui! Cheia de esperança que esta viagem me traga aquilo que perdi... Sei que perdi algo, é um facto, mas infelizmente, não sei onde nem quando e tenho apenas uma vaga e ténue ideia de como foi. 
Fui! Com o desejo de que esta viagem, mais uma, mas única por ser ao país que é e pelas circunstâncias que a rodeiam, me traga pelo menos uma luz, pois o caminho tornou-se, há muito, demasiado escuro para continuar a ser percorrido.
Fui! Com o desejo de que quando voltar, algo tenha mudado. Mesmo não tendo a certeza se o que tem que mudar é dentro ou fora de mim..
Fui! Mesmo...