segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Back home

Passei a noite de domingo num regresso a casa. Não àquela que deixei há quase 3 meses, mas à outra. A uma onde vou pertencer sempre, aconteça o que acontecer, venha quem vier, dê o mundo as voltas que der. É engraçado como com o decorrer da vida e o consequente amadurecimento, vamos vendo a casa dos nossos pais e tudo o que ela representa com outros olhos. Deixa de ser o sítio de onde queremos sair em busca da independência e do final das satisfações a que nos víamos obrigados a dar, passando a ser um porto de abrigo, que muitas vezes, como no meu caso, só vemos como tal quando realmente precisamos de saber que ele lá está. De facto, não me passa pela cabeça voltar a morar lá novamente, a não ser que fosse mesmo estritamente necessário, mas foi muito bom ficar por lá ontem e é maravilhoso saber que ali está, se um dia vier a ser preciso. Por muito independente que eu seja, como sempre fui, a verdade é que é muito mais fácil continuar a sê-lo, com a certeza de que há um sítio para onde posso correr, se for preciso, e que estão lá umas pessoas fantásticas para me ajudarem a levantar se a queda for demasiado grande.
Há algum tempo atrás, uma pessoa muito especial para mim falava-me da necessidade do amor incondicional. É isso que ali tenho. Um amor incondicional que vai existir sempre e que só podemos encontrar na família. No meu caso, tenho ainda a sorte de ter 2 "tipos" de família, a de sangue e algumas pessoas que se juntaram a mim ao longo da vida e com quem tenho também uma ligação de amor incondicional. Com estes últimos, não de sempre, mas certamente para sempre. Embora os meus pais só me tenham dado um irmão, actualmente tenho mais do que um e é tão bom que assim seja. Reconheço a sorte que tenho, apesar de muitas vezes não me ser fácil vê-la e de me parecer que não é o suficiente. Sei que sou uma afortunada, por ter à minha volta pessoas tão especiais, e que tenho que começar a dar menos importância a quem não merece, nem por um segundo, o meu sofrimento e a minha atenção.
Obrigada a todos por existirem e por estarem sempre do meu lado, apesar de tudo.

3 comentários:

Sonhadora disse...

Miga, que desabafo sentido!Como te compreendo. Pena não poder sentir o mesmo que tu, qd vou a casa dos meu pais, e bem que gostaria de sentir ali aquele porto de abrigo por vezes tão desejado.
Sim, és uma afortunada.
Desejo-te tudo de bom, porque é isso mesmo que mereces.
Beijoca

sininho disse...

Não há nada melhor que esse conforto incondicional, único e insubstituível.
Por vezes só damos conta quando se vai, e aí reside o drama de muitas pessoas menos afortunadas. Aproveita-o sempre minha querida.
bjicos

Anónimo disse...

Já vi que hoje estás com os sentimentos à flor da pele. Por vezes, é saudável e necessário. Faz-nos reflectir acerca daqueles que estão sempre presentes nas nossas vidas mas que, por vezes, não reconhecemos o seu verdadeiro valor.